Por Pedro Augusto Marques Farias
Especialista em pré-vendas para redes móveis 4G/5G e Open RAN da NEC
Artigo publicado originalmente no portal IT Forum
Quando o tema é a conectividade de uma empresa, o que vem de imediato à cabeça é o cabo de rede e Wi-Fi. Tudo bem, até o momento, é o que realmente agrega valor e conectividade aos dispositivos, como computadores, câmeras de CFTV, TVs, impressoras e equipamentos de TI em geral.
Então, nos deparamos com ‘as coisas’: equipamentos que antes ficavam sozinhos, monitorados somente por acesso via cabo serial ou, por exemplo, pela velha amiga planilha de controle de temperatura/umidade, que começam a ganhar um endereço IP abrindo um mundo de possibilidades. Uma vasta e ainda não explorada correlação de dados, gera informações valiosas de tomadas de decisões para o time de operações, o chão de fábrica, o campo, o time de TI e, principalmente, para os executivos. Estamos falando de conectividade massiva de dispositivos IoT, como sensores, atuadores, robôs, esteiras, fornos de fundição, linhas inteiras de produção onde se pode monitorar e atuar em cada etapa.
Além disso, não vamos deixar o agronegócio de fora: os maquinários que recebem um IP podem trazer uma vasta gama de monitoramentos, controles de qualidade e automação no campo, trazendo visibilidade de itens que eram classificados como constantes, que não precisavam monitorar e que não influenciavam na produção. Nessa quebra de paradigma é que se descobre a performance, a redução de custos e a diminuição de falhas humanas e maquinário.
Como ligar tudo isso? Não se pode ligar via cabo de rede. O Wi-Fi, que durante anos nos ofereceu suporte com conectividade sem fio de forma prática, não atende aos requerimentos de estabilidade da latência e vazão de dados ao mesmo tempo que provê mobilidade fluida. É nesse ponto que a consolidada rede móvel entra em ação. Mais especificamente as redes 4G e 5G para uso privativo.
Até pouco tempo, não se falava de rede móvel privada para uso em empresas. E, realmente, não fazia sentido trazer toda complexidade de uma rede móvel, com todas as suas ‘caixinhas’, para dentro de uma organização.
Porém, como o 4G e 5G são mais focados mais em rede de pacotes (IP) do que voz, é possível simplificar a arquitetura a um ponto minimalista em que seja viável implementar dentro de uma empresa. A imagem abaixo ilustra uma parte do que pode ser implementada em uma rede privada.
Rede móvel 5G minimalista
Acompanhando as tendências do mercado, é possível encontrar fornecedores desenvolvendo o 4G e o 5G para atenderem a esse nicho de redes privadas, simplificando sua gestão, monitoramento e integração com os atuais sistemas de TI da empresa.
Posso ser atendido por uma grande operadora? Sim, mas a tendência é que forneçam soluções pouco flexíveis, já que não podem conflitar e gerar impactos aos seus tradicionais clientes móveis.
Quais são os benefícios de uma ‘mini operadora’ dentro da companhia? As redes móveis podem prover recursos como:
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Modulações adaptativas robustas para cada dispositivo com melhor controle nas retransmissões, permitindo melhor performance aliada a cobertura maiores;
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Espectro dedicado, solicitando junto à ANATEL o serviço de SLP;
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Segurança e controle de acesso avançados, com uso de SIM cards e/ou eSIMs;
- Latência baixa e velocidade garantida em nível de frame, com QoS e diferenciação em vários níveis de serviço e acesso à rede;
- Cobertura avançada com mobilidade fluida: dispositivos se movimentando em diferentes velocidades, sem perder a conectividade e garantia de serviço.
Esses são alguns dos vários benefícios que as redes móveis privadas 4G e 5G podem agregar. Irão substituir o Wi-Fi? Provavelmente não. As duas soluções se complementam e podem, juntas, preparar sua empresa para qualquer ‘coisa’ nova que exija um IP. O importante é estar preparado em capacidade, vazão e escalabilidade. As grandes operadoras já aprovaram o valor das redes 4G e 5G em suas operações e as monetizam. Por esse motivo, torna-se cada vez mais importante a adesão das empresas aos conceitos de conectividade de alta performance, como indústria 4.0 ou Smart farms.
