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Tempo de leitura 2min
21 ago 2018

De graça, nem injeção na testa!

Nesta nova sociedade digital temos acesso a uma série de serviços gratuitos que variam de serviços de entretenimento à utilidade pública. São serviços de GPS, jogos, aplicativos de fotos, hospedagens, previsão do tempo..., facilidades inerentes ao mundo digital que não requerem nada em troca, não é mesmo?  Claro que não! Pagamos um preço alto, aliás, altíssimo.

Como muitos têm lido, ultimamente tem sido citada uma palavrinha que podemos dizer ser a queridinha do momento: “dados”. Isso mesmo, os dados têm sido a “galinha dos ovos de ouro” para quem quer vender. Eles têm sido coletados todo tempo e de inúmeras formas e fontes. Estejam cientes de que eles serão usados oportunamente “contra” nós mesmos, pois virão cobrar, de alguma forma, a gratuidade de um serviço prestado.

Não à toa que a GDPR vem tratando de forma rígida a coleta, manipulação e armazenamento dos dados coletados dos cidadãos e residentes na União Europeia. 

Os nossos dados têm fomentado inúmeros negócios nas praças virtuais. Há um mercado de coleta massiva de dados que tem como finalidade monetizá-los. Esse mercado tem como premissa entender o comportamento do indivíduo, catalogando-o, mapeamento sua rede de amigos, os lugares que frequenta, sua expressão facial, seu interesse sexual, sua religião, os seus acessos, gostos e preferências para, então, traçar uma rota de assédio, que variará de acordo com a sua finalidade. Mas como assim?

Por exemplo:  Você baixa um joguinho que, “despretensiosamente”, pede para ter acesso à sua câmera, ao seu localizador ou à sua agenda e você, sem refletir sobre, no ímpeto de utilizar aquele aplicativo, permite que ele tenha acesso a todos esses dados, afinal, o smartphone (ou computador) está em sua posse e ninguém poderá usá-lo, muito menos ter acesso aos dados que têm nele sem que o tenham fisicamente tirado de você. Grande equívoco!  Pois, quando permitimos tais acessos, estamos compartilhando com ele a nossa rotina e quem “somos”. Todas essas informações, que até então eram particulares, são transformadas em dados que o definem, quer seja como um possível consumidor, quer seja como um ideologista que se interessará por determinada notícia ou, simplesmente, o define como eleitor e simpatizante de uma campanha política feita sob medida para você!  Dados, dados e mais dados, que adiante serão monetizados e utilizados em “seu desFAVOR”, induzindo-o a entrar em uma página específica, impulsionando-o a consumir um produto X, ou, quem sabe, noticiando em seu perfil determinada promoção, produto ou serviço exatamente de acordo com seus interesses.  

Quem nunca utilizou um wi-fi gratuito, bastando apenas inserir alguns dados, como nome e e-mail e depois assistir aqueles poucos segundos de campanha publicitária?  Devemos entender que não existe o gratuito em matéria de coleta de dados, e, caso não custem dinheiro (espécie), podem sim ter um valor alto se esbarrar no contexto de violação de privacidade.

Vale dizer que há leis no Brasil sendo discutidas, visando definir a forma com que são coletados, utilizados e armazenados tais dados, visto que além de valerem dinheiro, se usados de forma indevida, podem violar direitos assegurados constitucionalmente, sobretudo o da privacidade. Portanto, fiquem atentos: de graça, nem injeção na testa!

 

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