Serviços compartilhados de Cyber Security - um novo paradigma a ser avaliado pelos CIOs
O cenário econômico do Brasil indica um alarmante sinal amarelo que afeta diretamente, já a curto prazo, as estratégias das organizações para o ano de 2017, trazendo desafios extras para o CIO: reduzir despesas, movimentar o CAPEX e o OPEX para que não sobrecarreguem o orçamento e, ainda, prover a segurança adequada. Afinal, não existe espaço para flertar com a possibilidade de prejudicar ainda mais o negócio, seja com a sua manutenção, seja na conquista de novos clientes.
As abordagens nas reuniões de diretoria e do conselho seguirão na mesma linha: busca por maior eficácia, ganho de escala, menor custo, conformidade com padrões, leis e regulamentações, transparência de governança e, por fim, da tal desejada flexibilidade tecnológica. Exatamente por isso que é recomendável que o CIO olhe para o cenário brasileiro ao analisar suas metas, avaliando alternativas de suporte e novos paradigmas a fim de inovar com a prudência que o momento exige.
Em recente publicação do Gartner Group foi lançada a visão do que seria um ecossistema digital e, nesta linha, que grupos independentes de atores (empresa, pessoas, coisas) poderiam compartilhar plataformas digitais padronizadas, visando alcançar um objetivo mutuamente benéfico. Além disso, diferentes ecossistemas poderiam coexistir se separados por geografia, mercado ou categoria.
Assim, trago à luz para maior reflexão a adoção de um modelo já praticado por outros segmentos, o de Centro de Serviços Compartilhados, onde a inclusão do Cyber Security, tenho a convicção, tem seu espaço e o momento é apropriado para contribuir com os desafios já listados. Para tanto, o caminho é identificar sinergias, entre segmentos de empresas ou mesmo em empresas sob controle de holding, e definir um plano de curto prazo para transição parcial, abrindo espaço para maior dedicação ao core business.
De certo que o tempero adicional à adoção da estratégia de Serviços Compartilhados de Cyber Security deve passar pelo entendimento do modelo organizacional que o segmento está inserido, dos limites do negócio, da profundidade dos processos e das tecnologias envolvidas, de forma a coexistir, com segurança, sendo capaz de propiciar um ambiente autossustentável para geração de valor e, ao mesmo tempo, transparente para o usuário, sem grandes complexidades e veloz o suficiente para escalar a oferta e reduzir ao máximo potenciais perdas.
Por fim, para reflexão, quando compreendemos a curva de transição, que pela natureza do comportamento humano passa pela negação, raiva, negociação, aceitação do inevitável, abertura para explorar novas possibilidade e, por assim, se integrar à nova realidade, a mudança se completa quando a resistência (que faz parte do processo de transformação) é vencida, tendo como fruto os resultados esperados.