Ultimamente, temos vivenciado um mundo em que a digitalização se tornou mais que um diferencial competitivo no mercado, passando a ser uma necessidade para qualquer empresa que deseja atingir os padrões de uma sociedade 5.0, como é o caso do setor financeiro.
Enquanto muitas instituições bancárias se esforçam para transformar suas estruturas físicas e híbridas em plataformas mais modernas, outras já nascem com operações completamente digitalizadas – o que demanda estratégias mais avançadas para se manterem relevantes, e em especial, seguras.
Embora essenciais, essas inovações trazem consigo novos desafios a serem escoltados, sendo o maior deles a proteção dos dados em um cenário de ameaças cada vez mais sofisticadas.
Para os responsáveis pela segurança dos bancos, estar atualizado sobre práticas e ferramentas eficazes é fundamental, pois apenas dessa forma é possível antecipar vulnerabilidades, reduzir riscos e garantir a integridade das informações, mantendo a confiança dos clientes e a conformidade com as regulamentações do setor.
Neste artigo, exploraremos alguns dos temas mais relevantes para esses profissionais, com foco em frameworks globais e soluções práticas que ajudam a mitigar riscos. Continue a leitura.
A adoção de frameworks sólidos é um dos pilares cruciais para a segurança cibernética em bancos.
O Cybersecurity Framework (CSF) do NIST é amplamente reconhecido como uma referência global, especialmente para organizações que lidam com dados sensíveis, como instituições financeiras.
Recentemente, o NIST lançou a versão de rascunho do CSF 2.0, atualizando a ferramenta original de 2014 para refletir as mudanças no cenário cibernético atual.
Os seis pilares de um programa de cibersegurança bem-sucedido pela NIST
Essa nova versão é mais inclusiva, o que facilita sua implementação por empresas de diferentes portes e setores.
Isso é especialmente relevante porque frameworks, como o CSF, orientam as empresas na identificação, proteção, detecção, resposta e recuperação de incidentes cibernéticos, o que, por sua vez, incentiva a adotar práticas alinhadas a normas internacionais, reforçando a credibilidade frente a clientes e parceiros.
O papel do Chief Information Security Officer (CISO) tem se tornado cada vez mais estratégico nas organizações financeiras, à medida que nos deparamos com uma corrida entre a aceleração da transformação digital e ameaças cibernéticas cada vez mais sofisticadas.
Nesse cenário, manter as estratégias de segurança atualizadas é fundamental, pois permite que as equipes estejam preparadas e com maior capacidade de resposta diante de situações de risco, minimizando danos e garantindo a integridade dos dados e sistemas.
A seguir, apresentamos uma lista de soluções essenciais para a agenda desses profissionais, com insights de Daniel Aragão, Head de Cibersegurança da NEC para a América Latina, sobre como enfrentar os desafios e proteger as instituições no ambiente digital.
A autenticação multifatorial (MFA) é uma das formas mais eficazes de reforçar a segurança dos acessos aos sistemas.
Em vez de confiar apenas em senhas, que podem ser facilmente comprometidas, a MFA exige uma combinação de fatores: algo que o usuário sabe (senha), algo que possui (token ou dispositivo) e algo que é (biometria).
Essa prática se tornou essencial em um mundo em que ataques de phishing e vazamentos de credenciais são comuns. Para bancos, que lidam com dados altamente sensíveis, a MFA é um requisito básico para proteger transações e acessos críticos.
A criptografia, por sua vez, é a espinha dorsal da segurança de dados. Como mencionado, bancos lidam com um grande volume de informações sensíveis, como detalhes de contas, transações financeiras e dados pessoais dos clientes, e proteger esses dados tanto em trânsito quanto em repouso é um ato indispensável.
Logo, ferramentas modernas de criptografia utilizam algoritmos avançados para garantir que, mesmo em caso de interceptação, as informações permaneçam ilegíveis para terceiros.
O Gerenciamento de Identidade e Acesso (IAM) é também importantíssimo para garantir que apenas pessoas autorizadas possam acessar sistemas e informações específicas. Essa prática não apenas reduz o risco de acessos indevidos, mas também ajuda a cumprir requisitos regulatórios.
Com a crescente complexidade das operações bancárias, soluções de IAM modernas oferecem funcionalidades como autenticação única (SSO) e acesso baseado em funções, reforçando significativamente a segurança e simplificando a experiência do usuário, seja ele funcionário ou cliente.
Os firewalls de próxima geração vão além da função básica de bloquear tráfego não autorizado. Eles combinam diversas funcionalidades, como VPN, detecção de intrusão e controle de aplicativos, em uma única solução.
Para bancos, nos quais o tráfego de rede é intenso e variado, o NGFW é de suma importância para monitorar e proteger contra atividades maliciosas em tempo real. Sua capacidade de análise profunda de pacotes ajuda a identificar e neutralizar ameaças antes mesmo que causem danos.
Com a crescente dependência de aplicações web para serviços bancários, como internet banking e aplicativos móveis, o WAF emergiu como uma solução indispensável. Isso porque, dada sua estrutura robusta, ele atua protegendo as aplicações contra ataques comuns, como injeção de SQL e scripts entre sites (XSS), garantindo que as interfaces voltadas para os clientes permaneçam seguras, funcionando de forma eficiente e sem comprometer a experiência do usuário.
A segurança começa no código. Por isso, processos de desenvolvimento seguro ajudam a identificar e corrigir vulnerabilidades durante a criação de aplicações. Isso inclui práticas como revisão de código, testes automatizados de segurança e análise de vulnerabilidades.
Além disso, integrar ferramentas de segurança ao ciclo de desenvolvimento (DevSecOps) garante que a proteção seja considerada desde o início, reduzindo o custo e o impacto de correções posteriores.
O uso da nuvem já é uma realidade para bancos que buscam escalabilidade e eficiência. No entanto, isso traz novos desafios de segurança, exigindo uma abordagem mais sofisticada para garantir a proteção dos dados. Soluções específicas para segurança em nuvem, como gerenciamento de configuração e proteção de cargas de trabalho, são fundamentais para essa proteção e aplicações em ambientes híbridos.
Com o aumento do trabalho remoto, proteger os dispositivos usados pelos funcionários é mais importante do que nunca. Logo, ferramentas de Endpoint Detection and Response (EDR) oferecem visibilidade em tempo real e respostas rápidas a ameaças que afetam laptops, desktops e dispositivos móveis, o que, por sua vez, permite identificar comportamentos anômalos, isolar ameaças e evitar que ataques comprometam a rede corporativa.
O Secure Service Edge (SSE) é uma abordagem integrada que combina várias soluções de segurança, como firewall, segurança web e Zero Trust Network Access (ZTNA). Isso é especialmente relevante para bancos que buscam proteger dados sensíveis enquanto oferecem acesso remoto seguro aos funcionários.
Nenhum sistema é perfeito. Por isso, a gestão de vulnerabilidades é uma prática essencial para identificar e corrigir falhas antes que sejam exploradas. Ferramentas automatizadas permitem realizar varreduras regulares, enquanto equipes especializadas analisam os resultados e priorizam correções.
Simular ataques reais ajuda os bancos a identificar pontos fracos em sua segurança. Esses testes, realizados por equipes especializadas, fornecem insights valiosos sobre como os invasores podem explorar falhas e como as defesas podem ser melhoradas.
Da mesma forma, ferramentas de monitoramento contínuo, como SIEM (Security Information and Event Management), desempenham um papel crucial ao coletar e analisar dados de eventos em tempo real, permitindo respostas rápidas e eficazes a incidentes de segurança.
Com essas soluções, é possível identificar padrões suspeitos e detectar ameaças em estágio inicial. Além disso, equipes de resposta a incidentes estão preparadas para tomar as ações necessárias imediatamente, minimizando o impacto de ataques.
Ataques como ransomware ressaltam ainda mais a importância de ter backups robustos e estratégias eficazes de recuperação. Para isso, os CISOs precisam se certificar que os dados críticos sejam armazenados de forma segura e que possam ser rapidamente restaurados em caso de incidentes.
Funcionários mal capacitados são uma das maiores vulnerabilidades para qualquer organização. Nesse sentido, campanhas de conscientização contínuas devem ser encorajadas, pois ajudam a educar os colaboradores sobre ameaças como phishing, engenharia social e outros tipos de ataques.
Programas regulares de treinamento reduzem o risco de erros humanos e, consequentemente, criam uma cultura de segurança em toda a organização.
Atender a normas como LGPD, ISO 27001 e PCI DSS é uma exigência fundamental para os bancos. Além de garantir conformidade legal, essas práticas ajudam a fortalecer a segurança cibernética da instituição, mitigando riscos e vulnerabilidades.
Com isso, os bancos não apenas protegem os dados envolvidos, mas também reforçam a confiança do público, demonstrando seu compromisso com a privacidade e a integridade das informações.
Por fim, nenhum plano de segurança é eficaz sem uma equipe interna especializada. Esses profissionais são responsáveis por implementar, monitorar e atualizar as estratégias de segurança, preservando a resiliência frente às ameaças cibernéticas.
Como visto, a segurança cibernética nos bancos é um campo em constante evolução. Novas ameaças surgem diariamente, e a responsabilidade de proteger dados sensíveis recai sobre profissionais que precisam equilibrar inovação e seguridade de dados.
Negligenciar investimentos na área, portanto, significa expor a empresa a riscos financeiros, perda de confiança dos clientes e penalidades regulatórias. Por isso, contar com parceiros experientes, como a NEC, pode elevar o nível de proteção dos dados e garantir maior tranquilidade para as operações.
Para começar a aprimorar suas estratégias de segurança, procure especialistas que compreendam as complexidades do setor financeiro e entreguem soluções sob medida.
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