Mastercard apresentou no evento os benefícios do programa para varejistas e usuários, reforçando a importância de oferecer comodidade, segurança e respeito à privacidade. A NEC trouxe outros exemplos interessantes de uso de biometria em aeroportos, cidades turísticas e grandes estádios
Reportagem de Clezia Gomes
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A jornada do consumidor, que envolve muito mais do que a oferta de um produto ou serviço atrativo e de qualidade, é um tema que tem sido cada vez mais aperfeiçoado ao longo dos anos, com melhorias em todas as fases do processo. No painel “NEC I:Delight - Futuro do pagamento, experiência do cliente e muito mais”, realizado durante a NEC Visionary Week 2022, por exemplo, foram discutidas a evolução das formas de pagamento e a tendência de uso de soluções biométricas de reconhecimento facial, impressões digitais e íris para garantir maior comodidade, praticidade e segurança ao consumidor na Era Digital. Foram apresentados também os benefícios para os parceiros de negócios e outros stakeholders, como comerciantes e empresas de serviços, que têm nessa tecnologia uma importante ferramenta para inovar, conquistar e fidelizar os clientes.
A conversa foi mediada por Touko Shirakawa, jornalista e professora do Projeto de Universidade Feminina Sagami, da Universidade de Tóquio, e contou com a participação de Tobias Puehse, vice-presidente de Gerenciamento de Produtos de Última Geração; e Qing Cao, vice-presidente de Inovação de Produtos de Biometria, ambos da Mastercard. Participaram também Hiroshi Hashimoto, vice-presidente sênior da NEC, e Daichi Iwata, produtor executivo de negócios da NEC.
“Neste painel, nós queremos abordar como soluções de identificação e biometria de ponta podem garantir segurança, conveniência e estímulos para que as pessoas aproveitem melhor as oportunidades globais de compras, entretenimento e investimentos”, disse Touko. Por isso, ela pediu que Puehse iniciasse a conversa apresentando o Programa Global de Checkout Biométrico de Pagamentos da Mastercard, que resulta de todo um processo de evolução dos meios de pagamento nas últimas décadas.
Como líder de uma nova geração de interação tecnológica global da Mastercard, Puehse tem a missão de criar produtos com alta escalabilidade para o setor varejista e seus consumidores, utilizando as melhores ferramentas digitais para pagamento em e-commerces e lojas físicas. Seu objetivo é oferecer aos seus clientes escolhas relevantes de como, quando e onde interagir nos pontos de venda, levando o melhor do digital para a loja física e tornando as informações e credenciais portáteis em todos os pontos de contato.
“Há anos, o uso de novas tecnologias de pagamento tem ajudado os varejistas a inovar e criar modelos de negócios modernos, propiciando experiências mais satisfatórias aos consumidores. Isto ocorre desde o lançamento dos cartões de crédito na década de 50, passando pela fase de impressão manual, pelas tarjas magnéticas, chips eletrônicos com ampla capacidade de armazenamento, carteiras digitais e apps, que viabilizaram os pagamentos por smartphones, até chegarmos hoje na nova geração de Pontos de Interação, que visam acelerar a experiência digital em lojas físicas e on-line”, destacou Puehse.
Segundo ele, o objetivo da Mastercard é integrar um ecossistema robusto de colaboração com parceiros de negócios, como a NEC, para desenvolver soluções de pagamento cada vez mais seguras e eficientes, que ajudem a fomentar uma maior interação com os consumidores ao longo da jornada de compras gerando mais lealdade e personalização dos serviços.
“Com o crescimento exponencial do e-commerce, iniciado nos anos 90, nós entendemos a importância de buscar soluções biométricas para tornar mais fácil, ágil e prática a identificação dos titulares dos cartões e começamos a investir na efetivação de um ecossistema dedicado a avaliar e aprimorar estas soluções”, contou Puehse. Afinal, a biometria, assim como as tecnologias anteriores, tem um papel importante na disseminação de novas experiências autônomas de e-commerce, assim como na criação de soluções eficientes de pagamento para a ida dos consumidores aos supermercados.
A Mastercard está desenvolvendo esse projeto de pagamento por biometria há dois anos e, nesse período, se dedicou a definir padrões de qualidade mundial, com múltiplas camadas de segurança, que incluem tokenização e gestão de privacidade, bem como alta performance, fim a fim. “Queríamos ter certeza da integridade da nossa solução, que agora está madura, o que nos possibilita assegurar que estamos prontos a atender às expectativas dos clientes em termos de desempenho e de proteção de seus dados e privacidade, além de auxiliar os comerciantes na redução de riscos e fraudes. Por isso, somos hoje grandes defensores de seu uso para substituir senhas na autenticação de titulares em transações on-line”, detalhou Qing.
Os progressos obtidos pela Mastercard são significativos considerando-se que no início de seu projeto não havia um padrão estabelecido para uso seguro da biometria nos pontos de vendas, apenas muitas soluções proprietárias, distribuídas em silos fragmentados. “Hoje, podemos dizer que a biometria é o sistema de identificação que promoverá uma revolução nas formas de pagamento e no uso do dinheiro no futuro”, acredita a executiva da Mastercard. Projeções recentes mostram que a biometria assegurará o pagamento de mais de 3 bilhões de dólares em transações digitais. Isso ocorrerá porque parte dos consumidores mundiais já considera a biometria uma opção de pagamento assertiva, conveniente e de segurança avançada. De acordo com ela, em breve, as pessoas poderão sair de casa para ir às compras sem precisar levar carteira, cartões de crédito e débito ou devices.
Qing informa que, em alguns países, a simples presença da pessoa em uma loja, com suas características biométricas registradas, logo será garantia de pagamento. Essa jornada de consumo começa pela decisão do consumidor de registrar seus dados biométricos junto à Mastercard como forma de pagamento, tendo a confiança de que os padrões e requerimentos da companhia visam assegurar alta performance, segurança e privacidade na experiência de consumo. “Nós atuamos com rígidos princípios de respeito à privacidade e as mais modernas soluções de segurança, além de fazermos testes frequentes de performance biométrica e de serviços de habilitação digital (MDES), com requerimentos via Token”, explicou a executiva. Essa atuação metódica e assertiva é viabilizada por um ecossistema de colaboração global, desenvolvido pela Mastercard, que une varejistas, provedores de serviços de pagamento, parceiros digitais, bancos e outras instituições financeiras, além de startups e empresas biométricas inovadoras.
“Desde o princípio, eu considero a Mastercard uma ótima parceira de negócios, porque temos uma visão sinérgica do futuro da biometria e suas inúmeras possibilidades, bem como enfrentamos juntos algumas ambiguidades para avaliar quais são as melhores alternativas para implementação dessa tecnologia”, destacou Iwata. Imediatamente, Puehse acrescentou que o trabalho colaborativo visa impactar a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo de uma maneira positiva e relevante, com mais segurança, menores atritos e melhor experiência. “Estamos promovendo inclusão digital, algo crítico em termos de crescimento sustentável dos negócios globais, com uma tecnologia que pode ser replicada e ampliada, devido ao fato de ser muito escalável, com o apoio de parceiros a médio prazo”, salientou o executivo da Mastercard.
A biometria é uma tecnologia acessível a pessoas de todas as idades e classes sociais, que podem por meio dela ingressar rapidamente na economia digital, ampliando seus potenciais de vida e de atuação produtiva com a criação de novos negócios. “Com essa iniciativa, nós estamos contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e seguindo princípios importantes para a Mastercard, como manter os clientes como prioridade em todas as iniciativas. Temos foco no cliente em cada ação desenvolvida no mercado e, no caso da biometria, isto é ainda mais primordial”, acrescentou Qing.
Segundo a vice-presidente de Inovação da Mastercard, outro objetivo da companhia financeira é promover a diversidade, eliminando quaisquer preconceitos, com uso de inteligência artificial (IA), para garantir o aprimoramento constante da solução. “O intuito é atuarmos junto com nossos stakeholders para desenhar novos princípios de gestão de dados, que serão uma espécie de guia para promover e incrementar a adoção da biometria pelos mais variados negócios, de forma ética e sustentável, com toda segurança e confiabilidade almejada pelos diferentes mercados”, ressaltou Iwata, da NEC.
“Para nós, a colaboração consiste em pensarmos junto com os parceiros e clientes como melhorar os negócios deles, identificando dificuldades e agindo para resolvê-las. Com esta finalidade, todos os elos envolvidos devem seguir nossas boas práticas”, enfatizou Puehse. A Mastercard tem a convicção de que os titulares são os donos de seus dados e têm o direito de entender como estão sendo usados, bem como de controlar e monitorar essa utilização pelas empresas. “A coleta, análise e compartilhamento dos dados feita pela Mastercard está intrinsecamente vinculada ao objetivo de oferecer benefícios como comodidade, praticidade e facilidade no acesso a produtos e serviços, visando oferecer qualidade de vida. Por isso, trabalhamos sempre em total conformidade com as exigências regulatórias dos diferentes países”, informou o executivo da operadora financeira.
Qing reforçou que o programa da Mastercard foi desenvolvido para assegurar a integridade das soluções, de modo que todos envolvidos tenham confiança em relação à segurança e credibilidade da oferta. “O nosso programa ajuda os clientes a inovar e fidelizar os consumidores por meio de experiências mais satisfatórias, além de permitir que monitorem as transações e se previnam contra fraudes. Os consumidores, por sua vez, têm uma escolha mais segura e fácil, na qual seus dados e sua privacidade são protegidos”, reforçou.
Em uma era digital repleta de novos produtos, serviços e oportunidades, a identificação digital é a chave de inclusão mais eficiente e segura. A NEC trabalha com soluções de reconhecimento fácil, de impressões digitais e de leitura de íris, entre outras formas de identificação biométrica, cujo intuito é criar valores e serviços disruptivos em parceria com empresas dos mais variados setores. “São soluções desenvolvidas para beneficiar empresas e mercados com tecnologias abertas e confiáveis, visando a maximização de impacto social e garantir a liberdade de escolha de cada indivíduo”, disse Hiroshi Hashimoto, vice-presidente sênior da NEC.
Com as soluções biométricas da NEC, uma pessoa que viaja ao exterior, por exemplo, não precisará mais carregar diversos documentos para atender às exigências das áreas de embarque e migração nos aeroportos. “Antes, você levava diferentes documentos para apresentar em vários portões e era complicado, existindo sempre o risco de perda de alguma documentação. Com o reconhecimento fácil, por exemplo, o viajante passa em todos os portões apenas olhando para as câmeras, o que reduz consideravelmente o tempo de espera e de liberação. O mesmo processo pode ser usado para check in no hotel, para fazer compras ou entrar em parques temáticos”, exemplificou Hashimoto.
Segundo o executivo, o NEC I:Delight foi desenvolvido com base em três princípios fundamentais, que norteiam a visão de futuro da companhia:
Hashimoto informou que todos os parceiros que compõem esse programa mundial da NEC precisam atender estes três requerimentos. Em seguida, deu diversos exemplos de utilização das soluções biométricas da empresa. No setor de aeroportos, a NEC implementou um projeto na Star Alliance em 2020, que traz conveniência e eficiência operacional em viagens nacionais e internacionais da companhia. “Por enquanto, o reconhecimento biométrico é realizado nas checagens nas áreas de embarque e imigração. No futuro serão realizadas verificações no check-in das bagagens, nas lojas duty free, nas locadoras de automóveis, nos hotéis e em muitos outros serviços fora do aeroporto. Isso porque hoje é possível pagar com biometria ingressos de parques e shows, cafeterias, máquinas de vendas e reservas de armários para guardar objetos pessoais”, explicou o vice-presidente da NEC.
Atualmente, a NEC está trabalhando para viabilizar a digitalização e as soluções biométricas em escritórios para tornar a experiência dos colaboradores de empresas dos mais variados setores mais satisfatória. “Nossa intenção é criar um novo modelo de escritório, mais moderno, acolhedor e prático para estimular o engajamento dos colaboradores”, detalhou Hashimoto.
Outro exemplo dado foi da cidade turística Nanki Shirahawa, localizada na costa sul da província japonesa de Wakayama, conhecida por suas fontes termais e praia de areia de quartzo. Lá os turistas podem pagar com biometria hotéis, parques temáticos e, neste momento, estão sendo analisadas outras possibilidades de uso, entre elas o envio de recomendações instantâneas sobre pontos turísticos e experiências viáveis na cidade para os smartphones dos usuários. “Com o apoio de nossos parceiros, nós queremos criar um novo tipo de turismo com viagens mais personalizadas e interessantes”, enfatizou o executivo da NEC.
Hashimoto falou ainda sobre um projeto nos EUA com a Major League Baseball, que realiza até 15 jogos por semana no país, com a participação de milhares de pessoas. Agora, os torcedores são monitorados por biometria facial interna e externamente de forma eficiente e segura, o que reduziu de forma expressiva fraudes e o uso de identidades falsas na compra dos ingressos. “Para isto, a liga de baseball tem a autorização dos torcedores associados. Como dissemos, os titulares das informações decidem quando e como suas informações são usadas”, reforçou Iwata.
“A economia global exige que os consumidores aprendam novos hábitos na Era Digital e agora é o melhor momento para ampliarmos o uso da biometria para aperfeiçoar as experiências dos usuários e reduzir ineficiências operacionais e de segurança”, concluiu Puehse.
Publicado originalmente no portal Cliente S.A.