Um lado pouco falado da digitalização, os governos digitais são uma das mais importantes tendências tecnológicas mundiais atuais
Quando falamos em digitalização, imediatamente surgem imagens como educação à distância, gaming, entretenimento, trabalho remoto etc. Contudo uma vertente desta mudança que nem sempre é lembrada, mas de enorme importância, é o chamado governo digital. Este conceito busca trazer as vantagens do digital para os serviços governamentais, como abertura de empresas, identificação, pagamento de impostos e até mesmo votação.
Naturalmente, a implantação destes serviços pode ser complexa e altamente dependente da maturidade digital local, seu nível de organização, sua eficiência operacional, entre muitos outros. Assim, existem dois grandes tipos de digitalização, refletindo os variados graus de profundidade deste processo: a otimização digital e a transformação digital.
O primeiro caso reflete a adoção de ferramentas digitais para trazer mais eficiência para serviços e atividades tradicionais dos serviços públicos, e pode ser considerado um passo inicial para as administrações que ainda não estão prontas para mudanças profundas, mas querem operar melhor. Como exemplo, o governo de Uganda busca no digital formas de trazer mais efetividade às ações estatais para combater a pobreza, aumentar o nível de investimento no país e fortalecer sua economia.
O Brasil também tem iniciativas na área que já tem reconhecimento internacional: segundo o Banco Mundial, o país é o sétimo em digitalização governamental, sendo o líder no continente americano. Serviços como o app gov.br e o ConecteSUS, além do aclamado Pix, são exemplos de ações bem sucedidas de otimização digital, com a adoção de novas tecnologias para tornar as relações da população mais ágeis, produtivas e positivas junto à gestão pública.
Comparativamente, os governos que apostam em uma verdadeira transformação digital trazem mudanças mais profundas, efetivamente mudando a forma como a população interage com o estado. Neste espectro estão países já reconhecidamente organizados, com estados famosos por sua eficiência, transparência e organização, como Dinamarca, Coréia do Sul e Estônia. Estes países já conseguem realizar a maioria dos serviços, como pagamento de impostos, abertura de empresas, identificação, registros diversos e muito mais diretamente via apps ou sites, com quase nenhum uso de papel e sem necessidade de atendimento presencial para a maioria dos serviços.
As mudanças trazidas pela digitalização vão muito além dos aspectos técnicos, ligados à forma pela qual os cidadãos e organizações interagem com os órgãos públicos. O principal benefício é a elevação do nível de organização e profissionalização dos serviços oferecidos, assim como sua gestão. Em outra análise do Banco Mundial, esta mudança se dá pela adoção de três princípios básicos: Contexto, Estratégia e Resultados. Veja como eles atuam na otimização dos serviços governamentais prestados à população:
Para entender melhor as necessidades e as mudanças da sociedade, os governos digitais têm apostado em ciência de dados como forma de adquirir inteligência e tomar decisões sobre as ações e projetos de maior impacto. Isso inclui o estabelecimento de canais de comunicação, pesquisas e outros levantamentos para obter mais visibilidade sobre a percepção da população em relação ao desempenho dos governantes.
Isso se traduz em uma atuação muito mais precisa e sensível ao contexto em que ocorre, aumentando as chances de ser mais efetiva e trazer melhores resultados para a população e de melhorar a performance em geral da área governada, seja um município, estado ou país.
Se por um lado a obtenção de dados é vital para este tipo de prática, por outro, é necessário levar em conta a complexidade da coleta e, mais que isso, da correlação entre eles. A atividade governamental envolve aspectos socioeconômicos, educacionais, de infraestrutura e outros mais, e isso requer uma estrutura avançada de tratamento e coordenação de dados para gerar inteligência acionável que direcione ações do estado para melhoria da qualidade de vida da população.
Um bom exemplo de coordenação inteligente intragovernamental é a Nova Zelândia, que vem investindo consistentemente em cloud para ampliar a integração entre agências e departamentos, de modo a gerar sinergias e tornar o trabalho mais eficaz e dinâmico.
Falar de transformação digital é falar de tecnologia de ponta, e isso implica em um trabalho de parceria público-privada. Para tornar serviços repetitivos, rotineiros e manuais mais eficientes, menos sujeitos a erros e mais ágeis, as administrações vêm apostando nestas tecnologias, gerando resultados perceptíveis em termos de tempo de resposta e efetividade dos serviços prestados. Similarmente, a monitoração de espaços urbanos com recursos de IA permite identificar e prever problemas mais rapidamente, facilitando o oferecimento de serviços melhores e mais precisos.
Tão amplo quanto o próprio conceito de “governo” são as possibilidades que os meios digitais oferecem para ele. Aqui estão reunidos alguns dos mais importantes e que podem trazer mais impacto para os cidadãos como um todo:
O país escandinavo é o primeiro no ranking de desenvolvimento do E-government. Exemplo de boas práticas governamentais, políticas públicas e digitalização. Lá, a KMD, uma subsidiária da NEC, oferece uma solução digital avançada conhecida como Common Digital Platform for Local Governments and WorkZone focada especificamente na viabilização de ações digitais para o governo dinamarquês. Este conjunto de soluções em nuvem reúne recursos para coleta e tratamento de dados seguindo as práticas recomendadas de segurança, eliminação de silos de informação e máxima integração de departamentos, facilidade de prestação de contas, implementação de programas sociais, entre outros.
Isso é uma demonstração do poder da transformação digital, que leva um país já conhecido por sua organização a níveis ainda maiores de eficiência e qualidade de serviços e políticas públicas, com base na filosofia de inovação e qualidade total da NEC. Similarmente, este case deixa clara a importância das parcerias para gerar os maiores benefícios para a população, com transparência, segurança e capacidade de evolução constante para refletir os desafios atuais e futuros na gestão pública.