O cenário socioeconômico do Brasil tornou o país um terreno fértil para os cibercriminosos. O lucro rápido prometido por uma vida de crimes se tornou atraente o bastante para vários indivíduos. As ferramentas e o treinamento que eles precisam estão todos à disposição. Só é preciso ter coragem e know-how para qualquer novato se dar bem. E como as atividades cibercriminosas não têm penas pesadas no Brasil, como em outras regiões como a América do Norte, os criminosos promovem publicamente suas operações. Isso, por sua vez, atrai mais pessoas querendo seguir seu exemplo.
Apesar do cibercrime brasileiro prosperar na Surface Web – novamente, em grande parte, devido ao desrespeito dos cibercriminosos pela polícia – prevemos uma grande mudança para a Deep Web no futuro. Os desenvolvedores e operadores que usam mulas de dinheiro e contas bancárias para retirar seus lucros ainda têm uma grande chance de serem pegos. Usar bitcoins e negociar em darknets diminuiriam esse risco.
As agências legais brasileiras têm uma tarefa árdua à frente se quiserem derrubar o cibercrime local. Em 2015, eles se esforçaram mais para combatê-lo. Os agentes da lei fizeram parcerias com fornecedores de segurança, como a Trend Micro, para treinamentos sobre o cibercrime e até colaboraram em algumas investigações. Mas esses exercícios não foram suficientes para derrubar o cibercrime no Brasil. Órgãos legislativos terão que ser mais rigorosos com sanções para desencorajar os cibercriminosos individuais, desenvolvedores e operadores. O governo nacional precisa investir mais recursos nas investigações, principalmente quando o cibercrime brasileiro migrar para o território da Deep Web. Essas tarefas podem ser difíceis agora devido aos desafios de imposição da lei mais urgentes atualmente no país.
Iremos monitorar continuamente as atividades, tendências e ofertas do submundo brasileiro. Acompanharemos a adoção de criptomoedas, especialmente agora que o ransomware regional está surgindo. Porém, como isso irá mudar a dinâmica atual do mercado, ainda teremos que descobrir.
Trend Micro
Este texto é parte do relatório Subindo na Hierarquia: O Submundo Cibercriminoso Brasileiro em 2015
Veja o Relatório completo.