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05 out 2017

Bitcoin: vilão ou herói?

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Cada vez mais vimos Bitcoin noticiado frequentemente na mídia. Muitas das vezes, relacionado a casos de tráfico de drogas e armas, sequestros, roubo de informações digitais, ataques cibernéticos e esquemas fraudulentos de pirâmides;  o que acaba nos trazendo uma percepção, no mínimo, duvidosa a respeito de sua legitimidade.Afinal de contas, o que é o Bitcoin?

Fazendo uma abordagem mais básica, podemos imaginar o Bitcoin como uma forma de bonificação àqueles que resolvem algoritmos matemáticos. Para tal, necessita-se de um computador potente dotado de um software adequado e ligado em rede. E é aí que mora o segredo do sucesso.

Essa rede é composta por pessoas como nós que, além de estarem dedicadas à mineração, são responsáveis pela validação de todas as transações de Bitcoins realizadas. Vale notar que esta rede não possui um nó Central (servidor) encarregado de criar unidades bitcoins nem de verificar tais transações. Trata-se de uma rede descentralizada, do tipo “peer-to-peer”, onde cada ponto provê força computacional tanto para minerar quanto para realizar registros e validação das transações. Esses pontos são conhecidos também como mineradores, pois são recompensados pelo trabalho com Bitcoins recém-criados.

As transações são compartilhadas entre os computadores da rede de forma que todos tenham um registro constantemente atualizado dentro da rede Bitcoin. Esse registro é conhecido como Blockchain, ou livro-razão. O histórico de todas as transações realizadas fica armazenado e disponível a todos. A garantia de que os dados não serão fraudados (gasto duplo, por exemplo) é feita através da criptografia. Cada transação ocorre sob proteção do protocolo de criptografia SHA256, onde que há paridade entre chaves pública e privada.

Mas o processo de mineração de Bitcoins não continuará indefinidamente. O projeto tem como fundamento minerar um limite de 21 milhões. À medida que a capacidade computacional dedicada à mineração se expande, o próprio sistema incrementa uma taxa de dificuldade, assegurando que Bitcoins sejam minerados de forma previsível e limitada. A última unidade está prevista a ser minerada em 2140.

Do primeiro bloco minerado em 2009 até o momento, o poder computacional dedicado e a competitividade por mineração cresceram bastante que, o que no início era possível realizar de qualquer computador pessoal, hoje já não é mais rentável fazê-lo. Cada vez mais são fabricados hardwares superpotentes para mineração e Datacenters são criados, surgindo verdadeiros centros de mineração. É valido fazer um alerta com relação a criminosos que fazem uso de Malwares para infectar diversos computadores e servidores, explorando sua capacidade de processamento para minerar não só Bitcoin como também outras Criptomoedas, criando verdadeiras Botnets de mineração. Por isso, é sempre bom manter protegidos e atualizados seus servidores.

 

Moeda do mal?

Muitas pessoas defendem que o Bitcoin é uma moeda utilizada para o mal, acreditando que pelo fato de não ser rastreável facilita a prática de atividades criminosas. O que, de certa forma, é uma defesa errada.

Na verdade, todas as transações armazenadas na Blockchain do Bitcoin são visíveis a qualquer um da rede a qualquer momento. Dessa forma, é possível validar que João tem 10 BTC a mais de saldo pois recebeu de Maria há 2 anos esse valor como pagamento. Acontece que na Blockchain não fica registrado que João recebeu 10 BTC de Maria, mas sim que o endereço “1KVeUVH84mZ3EE6a5pDC77tui9qT4HvjSn” recebeu 10 BTC do endereço “1CR7XCfXz8RKMFxYKEeavJvf3dAPjK1xrp”, com data e horário específicos registrados. 

Atualmente a dificuldade encontrada para rastreamento das operações dá-se pelo fato da não regulamentação dos endereços a seus respectivos donos, processo que já está sendo estudado por muitas autoridades internacionais que pretendem regulamentar o Bitcoin em seus países. Uma vez regulamentado e devidamente associado ao proprietário da rede, a utilização de Bitcoin para atividades criminosas e irregulares torna-se cada vez mais complicada, já que qualquer um pode ter acesso ao software e verificar as informações a qualquer momento (claro que necessitará de um certo conhecimento técnico).

Se superarmos a barreira de vilão criada sobre o Bitcoin e analisarmos todo o potencial de benefícios que ele traz, é surpreendente. Conhecido também como “ouro digital” o Bitcoin realmente tende a se comportar como o ouro do futuro. Uma moeda independente de um sistema político de governo, com valor global. Mas diferentemente do ouro, é possível transferir quase instantaneamente grandes quantidades de Bitcoin para qualquer lugar do mundo, pagando taxas insignificantes. Basta avaliarmos o sistema atual de transferência de valores entre países: além de ser burocrático, é altamente custoso e demorado. (levam-se dias para se transferir dinheiro do Brasil para um parente na Alemanha, por exemplo).

No cenário atual, ainda existem muitos desafios e obstáculos a serem vencidos. Mas sem sombra se dúvidas estamos diante de uma tecnologia inovadora, com potencial de realizar mudanças significativas no atual sistema financeiro mundial.

 

Quer saber mais?

Vale a pena conferir o livro de Fernando Ulrich, "Bitcoin – a Moeda na Era Digital". Nele o autor explora o tema em detalhes e apresenta o que a Teoria Econômica tem a dizer sobre o assunto e qual a sua relação com a liberdade monetária.

 

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