A internet das coisas se refere aos diversos dispositivos conectados via rede que têm funções específicas de análise, medição, monitoração, entre muitas outras. De sensores a smartwatches, de câmeras a equipamentos industriais avançados, existe uma gama variada de aparelhos que podem ser conectados, formando uma malha que traz informações valiosas para os usuários, especialmente nos ambientes industriais e corporativos.
O crescente interesse por esta tecnologia levou a mais investimentos e evoluções substanciais tanto nas funções embarcadas quanto na capacidade de processamento e na segurança, o que vem impulsionando ainda mais a adoção destes dispositivos no meio profissional. Porém, ao mesmo passo que essa soluções beneficiam organizações e consumidores e provocam impacto no mercado, elas também são alvo do interesse de cibercriminosos, que executam ataques que vão do criptojacking à ciberespionagem e acesso ilegal a sistemas para roubo de dados.
Sendo assim, apesar dos inúmeros benefícios que a IoT pode trazer para as empresas, sua adoção deve ser feita de forma consciente, para que seus riscos sejam mitigados. Portanto, convém analisar estes dois aspectos da tecnologia, de modo a facilitar a tomada de decisão inteligente sobre este investimento.
Os benefícios da internet das coisas
O conceito de IoT engloba uma enorme variedade de itens, com propósitos igualmente diversificados, portanto é inviável listar todos os benefícios que a tecnologia, coletivamente, pode oferecer. Assim, é interessante focar nos aspectos principais que se pode obter com a instalação deste tipo de aparelho, para que se obtenha uma visão geral e clara sobre o que se pode esperar da implantação destes dispositivos na organização.
Em processos industriais, maquinário inteligente capaz de coletar e analisar dados de produção e, com eles, tomar decisões em tempo real que ajudam a agilizar o processo e evitar falhas, é um dos grandes destaques da IoT industrial (ou IIoT). Este tipo de dispositivo torna a produção mais rápida e eficaz, ao mesmo tempo em que reduz falhas e ajuda a prever e evitar quebras e interrupções em linhas de produção.
Já em serviços de logística, tanto em armazéns quanto em campo, o uso de leitoras inteligentes para identificação rápida e localização de cargas quanto uso de dispositivos de realidade aumentada como os smart glasses dão mais dinamismo para operações.
A nova geração de dispositivos IoT já conta com mais poder de processamento, o que permitiu o desenvolvimento do chamado edge computing, ou computação de borda. Neste conceito, o processamento de dados ocorre mais perto do local de coleta, ou seja, nos endpoints como os dispositivos de internet das coisas. Isso ajuda a reduzir latência, a desonerar redes e servidores e a trazer uma resposta mais rápida na análise de dados, além de agregar mais recursos aos dispositivos semiautônomos.
Com mais dados tratados, a organização tem mais fundamento para tomadas de decisão rápidas e precisas, o que ajuda a otimizar as atividades da empresa e reduzir erros e falhas que possam prejudicar suas operações.
Graças à capacidade de monitoração inteligente de ambientes, pessoas e processos, estes dispositivos conseguem proporcionar muito mais controle sobre as atividades. Isso traz benefícios que vão desde a prevenção e remediação rápida de falhas e erros até mais controle sobre atividades em ambientes insalubres e de maior periculosidade.
Outro aspecto interessante é a capacidade de aplicar tecnologias de inteligência artificial e realidade aumentada às operações de campo, fábrica, logística e outras. Por meio da IoT, a colaboração remota fica muito facilitada, permitindo a solução de problemas e dúvidas à distância e com total eficiência.
Os riscos da tecnologia
Como mencionado anteriormente, esta tecnologia traz consigo alguns problemas de segurança que, ainda que não sejam causados por ela diretamente, derivam do interesse de agentes maliciosos em sua exploração. Abaixo estão relacionados os principais pontos de atenção neste sentido, os quais podem ter impactos negativos consideráveis se não solucionados.
Um dos grandes problemas atuais com os dispositivos IoT com mais poder de processamento é o fato de virarem alvos para criminosos que buscam criar vastas redes de dispositivos voltados para mineração. Como não afetam diretamente os servidores, este abuso pode passar despercebido por muito tempo, o que é problemático, já que ele pode reduzir a vida útil do equipamento, prejudicar sua eficiência e deixar espaço para entrada de malware no sistema.
Outra consequência da maior atratividade dos dispositivos IoT para hackers é seu uso para formação de redes de bots para ataques de negação de serviço. Ainda pior que o uso para criptojacking, este abuso dos dispositivos, além dos problemas já elencados, pode fazer com que seja, voltados contra a própria rede da empresa, levando a donwtimes prejudiciais.
Dispositivos de monitoração, quando explorados por terceiros de forma ilegal, podem ser usados para espionagem, comprometendo a integridade da segurança da empresa e abrindo espaço para crimes como chantagem, venda de informações privilegiadas e até mesmo crimes físicos contra o patrimônio da empresa.
Muitas vezes, o alvo dos ataques não são os dispositivos, mas sim as redes onde se conectam. Como muitas vezes não têm o mesmo nível de segurança e possuem vulnerabilidades não solucionadas, é mais fácil explorá-los para acessar as redes e, de lá, realizar movimentações laterais até áreas críticas para acesso de dados privilegiados.
Diante disso, fica evidente que as empresas têm muito a ganhar com o uso da IoT em suas operações, mas o aspecto da segurança não pode ser ignorado para que se obtenha o melhor desempenho possível. Investir em soluções de segurança de redes, monitoramento e resposta a incidentes, portanto, são opções inteligentes para garantir máxima otimização operacional com menos riscos de segurança.